Uma homenagem para aquela que nos deu o maior presente: A vida
Resiliência. Talvez essa seja a palavra que mais define a maternidade como ela precisa ser vivida pela grande maioria das mães. É o coração fora do peito, é uma exaustão que nos diz que não vamos aguentar, é extrapolar os limites diariamente. É tudo isso e ainda assim se emocionar com cada mínima conquista e avanço dos filhos.
Maternidade é maratona, é prova de resistência, é o prazer encontrado na dor do dia a dia, é abandonar alguns desejos em detrimento do que é melhor pras crianças, é uma nova noção de tempo e espaço. Amor de mãe é o mais avassalador, mas já se perguntou o porque? Amor exige tempo, e como não amar alguém que está o tempo inteiro conosco. Como não querer o melhor pra quem é nossa continuidade? Como não entregar o mundo pra quem carrega tanto de nós?
Pra uma mãe, pouca coisa supera a sensação de missão cumprida no fim de um dia exaustivo e com multitarefa, do que o rosto do filho dormindo. É uma respiração conjunta de alívio, é uma lembrança de que vai passar, é um silêncio que dá sentido a todo barulho.
Por mais que não sejam tão valorizadas como se devem no mercado de trabalho, mães na verdade adquirem um plus na vida. Mães aprendem sobre administração, gestão de tempo, organização financeira e administração de conflitos na prática. Mães aprendem sobre resiliência, sobre resistência e sobre prioridades enquanto tomam decisões. Mães riem, choram, trabalham, cozinham e cuidam enquanto acalentam o choro do mundo.
Perdemos um chão firme pra pisar ao nos tornarmos mães, mas ganhamos a oportunidade de usar nossas asas e voar pra buscar o melhor pra nós e pro nosso futuro. Que possamos criar e nutrir uma sociedade cada vez mais matriarcal, centrada no cuidado e no respeito aos demais, valorizando características como empatia, escuta amorosa e divisão do cuidado. Mães cansadas são mães sozinhas. Que possamos passar adiante a cultura do cuidar de quem cuida.
Embora seja uma data comercial que existe sob decreto, que possamos usar com afeto e doçura essa data pra repensar nosso tratamento com as mães, com a maneira que cuidamos da maternagem pessoal e estruturalmente. Que possamos olhar pras mães como as verdadeiras potências que são e estimulá-las e ir cada vez mais longe. Que nós, entre mães, possamos nos perceber como gigantes, que possamos olhar para os lados e notar nossas características mais fortes e possamos entender que a maternidade nos deu algo além dos filhos, nos deu um mundo novo, nos deu um novo sentido.
Feliz Dia das Mães!
– por Camila lima.
Camila, nasceu mulher e preta sem saber bem o que isso significava. É mãe de 3 meninas completamente diferentes e isso a fez mergulhar na diversidade desse Universo feminino. Sofreu várias violências na vida e enquanto se curava delas, acolhia também as dores de outras mulheres. Não por uma busca ou escolha, mas aceitou abraçar a causa feminina. Instagram: @camilalima.on