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SETEMBRO AMARELO

Abrindo o campo para diálogo e desmistificação

Setembro amarelo é o nome da campanha de prevenção ao suicídio promovido pela Associação Brasileira de Psiquiatria em conjunto com o Conselho Federal de Medicina.

Ela acontece durante todo o ano, sendo o dia 10 de setembro a data oficial.

Nos bastidores desse evento, há a história de um jovem americano, Mike Emme que em 1994 foi encontrado morto, devido ao suicídio.. Se tratava de um rapaz que apresentava alguns talentos, dentre eles, o de reformar carros. Um Mustang 68 restaurado pelo jovem e pintado de amarelo deu a cor ao mês da campanha em sua homenagem. No entanto seus familiares e amigos não perceberam que o jovem apresentava sinais de sofrimento psicológico grave.

Ideações suicidas, pensamentos obsessivos sobre morte ou morrer, bem como tentativas e atos relacionados são mais comuns do que se imagina. Segundo a OMS, uma a cada 100 mortes no mundo ocorre por suicídio. Em 2020 a mesma organização descreveu que essa seria a terceira maior causa de mortes, sobretudo entre os jovens de 15 a 29 anos. Nesse ranking, o Brasil ocupava o segundo lugar, logo atrás dos EUA, que apresenta a maior taxa mundial de mortes por esse causa.

O que se verifica é que a relação do suicídio com transtornos mentais é presente em aproximadamente 90% dos casos.

Transtornos mentais são alterações psicológicas que produzem prejuízo nos desempenhos social, profissional, escolar, afetivo e familiar. No entanto, não é apenas nesse contexto que um suicídio pode acontecer.

Eventos estressores, sentimentos de desesperança, ideia de perda de controle sobre a vida, autoimagem negativa, perda ou ausência de sentido podem acontecer em qualquer momento da vida de um indivíduo e ocasionar ideações suicidas e/ou um ao ato final.

E nesses casos, muitos desses sinais podem ser percebidos e tratados a tempo. Os estudos apontam que estratégias de prevenção são eficazes em mais de 80% dos casos e sem dúvida uma das principais formas de prevenir é abrindo o campo para diálogo e desmistificação.

Abaixo estão alguns sinais ao quais devemos ficar atentos em nós ou nas pessoas próximas:

🎗Presença de sintomas agudos de transtornos mentais (em especial, quando não estão sendo acompanhados por psicólogo e psiquiatra)

🎗tentativas anteriores de suicídio

🎗 eventos adversos na infância e juventude

🎗história familiar e genética (sim, nesses casos

🎗sentimentos de desamparo, desesperança, culpa intensa, impulsividade, pensamentos obsessivos sobre morte/morrer

🎗vivência de outras doenças (HIV, câncer, esclerose múltipla, dentre outras)

🎗vivência de luto

🎗 fatores sociais (sim, eles podem impactar muito)

É importante lembrar que cada pessoa lida de forma única e particular com os eventos da vida, portanto, ideação ou comportamento suicida é sinal de sofrimento psíquico intenso.

O que pode ser feito?

🎗 Se alguém falar sobre pensamentos a esse respeito com você, busque ouvir sem julgamentos

🎗Não minimize o sofrimento alheio

🎗 Incentive e ajude essa pessoa a buscar recursos profissionais ou, em caso mais grave, um serviço de emergência

🎗Acompanhá-la na primeira consulta

🎗Assegurar de que a pessoa esteja em um local sem recursos para tentar suicídio (nenhum tipo de perfuro cortantes, substâncias químicas, cordas, lençóis ou armas brancas)

🎗Buscar rede de apoio (profissionais da saúde, familiares, amigos)

Órgãos como o CVV (discar 188) podem ser muito úteis e fazer parte da rede onde buscar apoio, além da rede básica de saúde, médicos e profissionais da psicologia.

– por Júlia Rodrigues dos Santos

Júlia é psicóloga, pós-graduanda em psicanálise clinica e especialista em história da Arte. É fã de praias, museus, cafeterias, artes e cultura. Adora viajar, conhecer pessoas. Conheça mais sobre o perfil da autora desse texto no Instagram: @j.udrs

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