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Saiba mais sobre o Sagrado Feminino

Entenda: O útero é considerado o segundo coração da mulher

Existe um movimento nas redes sociais atualmente que me deixa muito feliz por sinal de falar sobre o sagrado feminino. Tenho visto muitas mulheres se aprofundando no assunto, estudando, falando, dialogando, abrindo discussões sobre o corpo feminino, as mulher e a importância do sagrado feminino e da sua força.

Mas, na última semana eu vi um post no Twitter, que acho que nem chama de post, falando sobre os ex que ficam guardados no seu útero (?). Segundo as mulheres que estavam discutindo sobre o assunto, cada ex-namorado, ex-ficante que você teve deixa uma memória guardada no seu útero, devido às relações que vocês mantiveram, e que por causa disso era necessário fazer uma limpeza uterina para livrar o útero desses “hóspedes intrusos e indesejados”. Só essa fala já gerou uma grande discussão e repercussão, falando sobre se esta teoria teria algum fundo de verdade, se isso poderia acontecer mesmo, de que tudo o que acontece na nossa vida fica gravado no útero e várias outras discussões sobre esse órgão que muitas vezes é tabu.

E este é um tabu gigantesco até para nós mulheres, pois quando se fala do nosso útero, da nossa menstruação, e até dos hormônios e das flutuações hormonais que vem durante o ciclo menstrual tudo é muito misterioso e é tudo muito velado, desde sempre. O que não deveria ser não é verdade, afinal deveria ser tratado como normal. Afinal, tudo isso faz parte do nosso universo. Sei que existem muitas mulheres que não querem nem saber sobre o assunto, que até já deixaram de menstruar por muito tempo, pois a menstruação era um tormento. Ou até outras que por motivo de saúde não tem mais seus úteros, mas falar sobre ele é de vital importância para todas nós e não deveria ser uma coisa tabu, escondida, assustadora, cheia de mistérios.

E como essa coluna também quer trabalhar esse tipo de ideia, de quebra de tabu, vamos conversar um pouco sobre o nosso segundo coração. E você não leu errado, o útero é realmente tido como segundo coração na mulher, ele representa a força feminina, o poder de gerar uma nova vida, o poder de morte e vida. Assim como o coração, ele também é um órgão fibromuscular e é responsável pela reprodução. Ele que gera e cuida da nova vida enquanto estamos grávidas.

Umas das analogias que mais gosto sobre como funciona o nosso útero é uma que o compara ao céu noturno. Imagina que o útero é o céu e o óvulo a lua. Uma vez por mês a lua fica cheia, minguante, nova e crescente no céu, assim como no nosso útero que tem o óvulo, em seguida ele sangra, que deixa o útero vazio, até iniciar uma nova caminhada no óvulo até o útero. É igual ao ciclo da lua, um ciclo perfeito que nos lembra todo o mês que a vida pulsa dentro de nós.

Claro que nem tudo são flores, que tem dores, desconfortos e esse ciclo não é uma coisa estável. Tem meses que são calmos e outros que são verdadeiras montanhas russas. Mas o que na vida não é assim?

Já falei anteriormente nesta coluna sobre as dificuldades impostas pelo mercado de trabalho e meio social de aceitar os ciclos e transformações que as mulheres sofrem e as pressões para que tenhamos desempenhos contínuos, tanto físicos como emocionais, durante o mês todo. E que essas ações têm sim influências sobre o bem estar e entendimento da mulher com o seu corpo. Cada vez mais vejo mulheres que preferem camuflar a existência do seu útero com anticoncepcionais que não permitem o ciclo e oferecem hormônios sintéticos para o corpo, dando assim a impressão de que vivem melhor, sem mexer com sua natureza. Mas infelizmente sabemos que são só meios de mudar a natureza feminina e enfraquecer o poder dessa mulher.

Mas não pense que estou julgando quem toma anticoncepcionais. Sou a favor do respeito a sua liberdade de tomar as suas próprias decisões e que só você sabe o que é melhor para o seu corpo. Este texto é só para colocar uma pulguinha atrás da sua orelha e te convidar a conhecer melhor todas as partes do seu corpo. E para deixar um rastro do caminho, caso tenha ficado curiosa em saber mais, te convido a conhecer perfis como o “buscadoras selvagem”, “talvez seja isso”, o da “Caroline Oliveira” e o meu e vamos conversar mais sobre o assunto. Conhecer mais sobre o nosso corpo é uma poderosa ferramenta, além de que informação e diálogo nunca é demais.

– por Carolina Dias

Carolina é mulher, negra, professora de línguas da rede municipal de SP, casada, estudiosa e curiosa. Acredita na força interior do autoconhecimento e do autorreconhecimento. Conheça mais sobre o perfil da autora desse texto no Instagram:@kroljuliana

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