Final de Ano – Celebre a mulher maravilhosa que és
Final do ano, época de comemorar, de encontrar a família, mas nos últimos dois anos isso tem sido uma séria complicação. Com o coronavírus e a quarentena surgiu medo de encontrar as pessoas e acabar infectando ou pegando essa doença totalmente invisível, mas muito real. O medo e a falta de segurança nos tornaram meio que reféns desse vírus.
Mas não é isso que me fez gerar a pergunta deste texto, mas sim um outro tipo de comemoração que encontra certa resistência entre todas nós: comemorar as nossas conquistas.
Algum tempo atrás, não me recordo muito bem onde ouvi, alguém falando que quando somos pequenos tudo é passivo de comemoração. O primeiro dente que cai, primeiro dia indo para a escola, a primeira palavra, tudo é comemorado pelos que estão ao nosso redor. E quando crescemos esquecemos de comemorar. E não estou falando aqui apenas das pequenas conquistas. Qual foi a última vez que você comemorou de verdade algo grande que você realizou? Ou, pior, comemoramos naquele momento e depois fazemos como nossas mães faziam conosco, e pensamos na célebre frase: “não fez mais do que a sua obrigação”?
Importante lembrar de comemorar o que você fez, mesmo que seja um pequeno hábito que você mudou, desde uma grande promoção na sua carreira, tudo deve e merece ser comemorado. Essas comemorações, esses marcos são importantes para vermos a nossa evolução, a nossa caminhada na vida adulta.
Mas muitas vezes nos tornamos apáticas as nossas próprias conquistas, deixamos que a rotina engula nossos dias, nossas horas e não percebemos que entramos numa contínua roda de fazer, fazer e fazer.
A conquista de metas, sonhos e ações são passos importantes que não podemos ignorar. Proponho para você a seguinte reflexão: imagina que nunca mais iremos celebrar o final do ano, ou uma formatura, um aniversário, e que todos os dias serão sempre os mesmos, como seria nossas vidas?
Algumas pessoas poderiam até pensar que seria muito bom uma eterna rotina, mas até quando isso iria durar. Celebrações e comemorações, tanto acompanhadas como as solitárias, são importantes para a passagem do tempo no nosso mental. Se pararmos para pensar em como nosso cérebro computa a passagem do tempo veremos que as celebrações são ações que mostram que atingimos algo que a muito tempo estávamos buscando. Se não damos um fim, um ponto final a essa busca passamos para nosso cérebro a mensagem errada que ainda temos muito a fazer para alcançarmos o que queremos. Sem falar que faz um bem danado para a nossa autoestima aquele tapinha nas costas de parabéns. Sem elas é como se a vida sempre fosse um marasmo só.
Por isso, nesse final de ano, em vez de fazer uma lista com a próxima realização, de como será o ano que vem, que tal fazer uma lista das suas conquistas, daquelas que você conseguiu atingir neste ano, no ano passado ou há muito tempo e você não parou para comemorar?
E ao final abra um lindo champanhe, encha sua taça e celebre a mulher guerreira e vitoriosa que você é. E não se esqueça de a partir de hoje sempre comemorar e celebrar o quão poderosa é a sua caminhada. E que 2022 possa trazer milhares de novas conquistas!
– por Carolina Dias
Carolina é mulher, negra, professora de línguas da rede municipal de SP, casada, estudiosa e curiosa. Acredita na força interior do autoconhecimento e do autorreconhecimento. Conheça mais sobre o perfil da autora desse texto no Instagram::@kroljuliana