A monogamia te torna uma mulher mais ou menos poderosa?

Hoje tive o prazer de passar horas em uma conversa gostosa com uma amiga que mora do outro lado do país. Posso me considerar uma mulher de sorte, porque no meu ciclo de amizades estão mulheres empoderadas, independentes e cheias de opinião, que transitam por diferentes meios sociais, culturais e econômicos e sempre que tenho a oportunidade de conversar com elas, trocamos idéias e lapidamos nossas opiniões, aprendendo umas com as outras.

Bem, essa conversa de hoje me inspirou a escrever esse texto.

Nós sabemos o quanto a mulher já foi reprimida em uma sociedade machista e em alguns lugares do mundo isso ainda existe de uma forma muito presente, principalmente quando ligada à questão amorosa e sexual. Nos aprofundando mais no quesito sentimental, parece que a sociedade encontrou uma forma de fazer com que a mulher sempre pareça um bichinho carente, em busca de um macho dominante, objetificando essa mulher, tornando-a algo a ser possuído, como se o homem fosse dono dela.

Por anos ( e ainda hoje em algumas culturas), a traição masculina é totalmente aceitável. Homem que tem várias mulheres ao mesmo tempo, é garanhão. Enquanto isso, uma mulher infiel é chamada de tantos nomes, que não preciso nem citar exemplos.

Minha opinião pessoal é que ninguém (seja homem ou mulher) é dono de ninguém. No fundo , a monogamia (principalmente a feminina) é algo imposto pela sociedade, mas a verdade é que biologicamente, não somos seres monogâmicos. Isso entretanto, não é razão para que sejamos infiéis ou desonestos com os nossos parceiros. O combinado nunca sai caro.

Eu costumo dizer que uma mulher poderosa não é nem a santa que se deixa objetificar como propriedade do seu homem, nem a diabólica que acha que precisa se vingar de toda a humanidade. Eu acredito, que uma mulher poderosa é aquela que é leal aos seus sentimentos, isso é o que define as atitudes dela, como ser humano.

Se pararmos para pensar, o que faz uma pessoa ser fiel a outra, não é a corrente que ela carrega no pescoço, mas sim a vontade que ela tem de ficar ao lado daquela pessoa que escolheu. Liberdade também é dizer não às tentações, se isso for coerente com a intensidade dos seus sentimentos.

Uma mulher poderosa escuta os seus sentimentos e é fiel a eles, porque a única forma de ser fiel a alguém é primeiro sendo fiel a você mesma.

— por Carolinne Oliveira