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Mãe “Solo”, e agora?

Sobre desafios e as viradas de mesa

Mãe solteira, mãe divorciada, e mais recentemente, mãe solo, são os termos relacionados às mulheres que criam seus filhos sem um parceiro.

É normal que algumas delas nessa situação se perguntem: E agora?
Como sabemos, maternidade é um trabalho sem férias e muitas vezes acaba sim sendo uma carreira solo até para mulheres casadas se a outra parte envolvida, o pai, não se faz presente na prática. Mas pense, você é de fato uma mãe “solo”?

Confesso que acho esse termo um pouco complicado, pois na maioria das vezes temos muitas pessoas ao redor que fazem parte do crescimento e criação da criança. E pensando pelo outro lado, ser mãe não é sobre status de relacionamento e por isso os títulos de mãe “solteira” ou mãe “solo” incomodam, visto que relacionam essa maternidade à ausência de outra parte. Nenhuma mulher está sozinha na vida só porque não ter um parceiro!

O que existe é MÃE, sem necessidade de adjetivos ou complementos.

Afinal, de onde vem a força pra sermos empoderadas e amadas todos os dias, senão de quem nós mais amamos e de nós mesmas? Se você tem aí por perto uma mãe, irmãos ou amigos, eu posso te dizer que você está longe de seguir solo. Família são as raízes de quem somos e por isso nos sentimos cada vez mais fortes perto deles e ter essa rede de apoio é fundamental nessa criação.

Uma breve pesquisa vai te mostrar que também existem pais “solo”, mas nesse caso vemos muito menos exposição como é feita com as mães. De certa forma, contribuindo para alimentar o estereótipo feminino de sexo frágil. E se a justificativa é que as mulheres estão em maior número nessa situação, por que o debate não é sobre o abandono da paternidade pelos homens?

Talvez você tenha optado por estar só, deve estar cansada e pensando em quanto teve que fazer pra chegar até o fim do dia, mas isso não é porque você é uma mãe solteira e sim porque você escolheu ser feliz e isso demanda mais esforço quando você também é responsável por cuidar. Sabemos que a sociedade não está preparada para inserir, de forma humana, mães e crianças dentro dela e isso custa um maior desgaste em subir certos degraus.

Se você precisa criar o seu filho sozinha, não encare isso como o fim dos planos da sua vida. Respire e veja agora quantas possibilidades se abrem pra você justamente porque agora você é dona desse caminho que você escolheu ou se viu na posição de seguir.

Foque no seu profissional, afinal, agora você tem menos uma pessoa pra se dedicar e com organização, você pode usar esse tempo investindo no seu próprio desenvolvimento.

Nunca pare de estudar. Essa é uma tarefa um pouco mais difícil para algumas e não precisa ser tudo pra ontem. Talvez você precise trancar a matrícula da escola ou da faculdade por um tempo e tá tudo bem. Use esse tempo pra curtir seus filhos e reorganizar a sua volta.

Aprenda a usar seus dons como forma de alcançar seus objetivos. O que você pode ensinar ou mostrar pra um grupo de pessoas ou para o mundo? MOSTRE!

Não se sabote. Aproveite cada dia como uma benção. Cada dia é uma oportunidade de você se levantar e fazer mais. Entenda que você não está solo, você apenas está à frente de uma família uniparental.

Esse texto não é sobre te mostrar que sozinha você é melhor, mas sim que você pode ser completa se você reconhece seu potencial e constrói seu castelo em cima dele.

E o ditado todo mundo já sabe, né: Antes só do que mal acompanhada, mulher!

-por Sany Santana

Sany é arquiteta e trabalha no Tribunal Regional Federal. Mãe de primeira viagem, ao longo dos anos vem acumulando experiência em maternidade e vivência consciente como uma mulher preta. Conheça mais sobre a autora desse texto: Instagram @sany_santanna

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